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Ah, como eu gosto do mês de janeiro...e nem é por causa desse papo de ano novo, não. É porque em todos os começos de ano a minha cidade respira música. Nesse período nos esbarramos com músicos de vários cantos do país e do mundo pelas ruas. A paixão pela música rege e se converte em um só concerto, e harmonicamente a cidade se torna uma grande orquestra de tons, sons, culturas e sotaques diferentes. Estou falando do Festival Música nas Montanhas, que durante treze dias e pelo décimo terceiro ano (coincidência?) faz com que o ano de milhares de pessoas que o acompanham comece mais leve. Como no ano passado, postarei resenhas sobre os concertos que eu comparecer, e dou início agora a série de postagens do festival deste ano.
Cheguei no Teatro da Urca quase na hora da abertura do teatro e a fila era gigante, porém era notável ali que ninguém estava preocupado com a espera, e sim com a recompensa que ganhariam por esperar. Pra quem acha que um festival como esse, que tem como foco a música erudita, é ‘coisa de velho’ iria ver que estava errado: crianças e adolescentes também compuseram a plateia.
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Já dentro do teatro, pouco antes do início do concerto, um fato marcou o início do evento: “Isso é um desrespeito! Ficamos uma hora na fila pra chegarmos aqui e ter uma câmera no meio do corredor?!”, gritou um espectador revoltado com o posicionamento de uma das câmeras de uma emissora local (TV Plan), que transmitirá ao vivo esta edição do festival. Todos os presentes direcionaram os olhares para ele. Seu ‘amistoso’ pedido foi atendido e o câmera se posicionou em outro ponto do teatro. Essa manifestação foi seguida de um belo discurso do maestro Jean Reis (foto ao lado), que com seu jeito de falar calmo e elegante ‘retrucou’ a revolta do espectador: “Somos uma família e temos o direito de externar nossas revoltas”, disse o maestro. Revoltas a parte, vamos falar do que realmente interessa...
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Apesar do foco no erudito, quem abriu a serie de concertos foi a Soundscape Big Band, que existe desde 99’ e segue a estrutura tradicional das ‘big bands’, com 5 saxofones, 4 trombones, 4 trompetes, baixo acústico, bateria, piano e guitarra. O jazz contemporâneo é otimamente representado em arranjos e composições de diferentes sonoridades. A banda, que une diferentes gerações de músicos, mostrou no palco muito além de um simples show de jazz: a todo mundo momento os integrantes trocavam sorrisos entre si, mais do que uma apresentação musical, foi uma demonstração de amor à música. Na plateia, todos boquiabertos com o que estavam vendo. A cada solo, aqueles com ‘milhões’ de notas, aplausos intensos e gritos de ‘bravo’ ecoavam pelo teatro afora. As músicas em certos momentos me transportavam mentalmente para aqueles filmes hollywoodianos, com aquelas trilhas sonoras marcantes e inesquecíveis. Foi a segunda apresentação da banda no FMM (a primeira em 2002) e espero que voltem em outras edições, espero mesmo.
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E pra você que está se pergutando quem é o responsável por estas belas fotos, já vou esclarecer: o nome do artista é Leko Machado, fotógrafo de Bagé- RS, que pelo segundo ano consecutivo vem registrar com suas lentes, sensibilidade e, por que não dizer, inspiração o festival. Muito bom ter o aval dele pra enriquecer minhas postagens com essas fotos que dispensam qualquer tipo de comentário.